sábado, 19 de fevereiro de 2011

Siderúrgicas, Vale e governo do Pará estão com a palavra


Quinta 17, lançamos A Floresta que Virou Cinza, edição especial da revista Observatório Social. Mostramos como a indústria global do aço financia a devastação ambiental e o trabalho escravo no polo de Carajás.
As seguintes empresas compram ferro-gusa de siderúrgicas que são abastecidas pelo consórcio criminoso que controla o desmatamento no Pará: Gerdau, ThyssenKrupp, Kohler, Whirlpool Corp, Nucor Corporation e National Material Trading Co. São as maiores do mundo em seus setores.
Também são abastecidas pelo ferro-gusa do desmatamento as seguintes montadoras: Daimler Chrysler, Ford, GM, Nissan e Toyota.
O ferro-gusa do desmatamento e do trabalho escravo é produzido com o minério de ferro da Vale, que não está cumprindo o acordo que firmou com o Ministério do Meio Ambiente em 2008. O acordo foi assinado pelo então ministro, Carlos Minc, e o presidente da Vale, Roger Agnelli.
No ato da assinatura do acordo, Agnelli culpou os povos da Amazônia pela devastação: “As florestas são agredidas por falta de opção e oportunidades das pessoas que vivem nas áreas desmatadas", disse o presidente da Vale ao Planeta Sustentável
Os povos da floresta não tem nada a ver com a devastação ambiental. Cerca de 90% do carvão produzido no país é usado para fazer ferro-gusa. A Vale entra no jogo ao fornecer minério de ferro para siderúrgicas que são abastecidas pela quadrilha que controla o desmatamento no Pará, um consórcio formado por políticos, empresários e servidores de Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA-PA).
Por que o governo do Pará, acusado de sustentar bandidos na Secretaria de Meio Ambiente, não se manifestou sobre o caso?
Por que a Vale não se manifestou ao ser acusada de fornecer minério de ferro para a cadeia produtiva da devastação e do trabalho escravo?
Por que as siderúrgicas não se manifestaram?
Quem se beneficia com a devastação da Amazônia não são os povos da floresta. São as grandes corporações industriais que financiam os esquemas predatórios da devastação. São empresas que não levam em conta o valor da natureza. E fazem isso amparadas pelo Estado.

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