Quinta 17, lançamos A Floresta que Virou Cinza, edição especial da revista Observatório Social.
Mostramos como a indústria global do aço financia a devastação ambiental e o
trabalho escravo no polo de Carajás.
As seguintes empresas
compram ferro-gusa de siderúrgicas que são abastecidas pelo consórcio criminoso
que controla o desmatamento no Pará: Gerdau, ThyssenKrupp, Kohler, Whirlpool Corp, Nucor
Corporation e National Material Trading Co. São as maiores do mundo em seus
setores.
Também são abastecidas pelo ferro-gusa do desmatamento as
seguintes montadoras: Daimler Chrysler, Ford, GM, Nissan e Toyota.
O ferro-gusa do desmatamento e do trabalho escravo é produzido
com o minério de ferro da Vale, que não está cumprindo o acordo que firmou com
o Ministério do Meio Ambiente em 2008. O acordo foi assinado pelo então
ministro, Carlos Minc, e o presidente da Vale, Roger Agnelli.
No ato da assinatura do acordo, Agnelli culpou os povos da Amazônia
pela devastação: “As florestas são agredidas por falta de opção e
oportunidades das pessoas que vivem nas áreas desmatadas", disse o presidente da Vale ao Planeta Sustentável.
Os povos da floresta não tem nada a ver com a devastação
ambiental. Cerca de 90% do carvão produzido no país é usado para fazer
ferro-gusa. A Vale entra no jogo ao fornecer minério de ferro para siderúrgicas
que são abastecidas pela quadrilha que controla o desmatamento no Pará, um consórcio
formado por políticos, empresários e servidores de Secretaria de Estado do Meio
Ambiente (SEMA-PA).
Por que o governo do Pará, acusado de sustentar bandidos na
Secretaria de Meio Ambiente, não se manifestou sobre o caso?
Por que a Vale não se manifestou ao ser acusada de fornecer minério
de ferro para a cadeia produtiva da devastação e do trabalho escravo?
Por que as siderúrgicas não se manifestaram?
Quem se beneficia com a
devastação da Amazônia não são os povos da floresta. São as grandes corporações
industriais que financiam os esquemas predatórios da devastação. São empresas
que não levam em conta o valor da natureza. E fazem isso amparadas pelo Estado.
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